Mudança...


 Mudança...


Quantas vezes nos sentimos deslocados, perdidos, tentando nos encaixar em cada dia. Tentando nos fazer caber em lugares, empregos, faculdades, casas, relacionamentos que não são mais para nós. 

Como temos dificuldade em encerrar ciclos, em aceitar que aquilo não é mais para nós. Ou até mesmo, nos forçar a ficar naquela situação por puro orgulho. Eu nunca fui dessas, sempre que senti que não me cabia mais, eu arrumava minhas coisas e metia o pé. A maioria das pessoas não entendem a facilidade que isso é pra mim: sair de ciclos que não servem mais. Não fico mais onde meu coração não vibra, onde não sinto que pertenço. 

As pessoas sempre acharam loucura eu sair de empregos, faculdades e até mudar de cidade "de uma hora pra outra", sermões intermináveis sempre fizeram parte da minha vida, sempre fui a irresponsável, a que não pensava no futuro. Sempre fui questionada sobre: O que será do seu futuro? Você precisa se estabilizar, precisa ter um emprego, precisa fazer uma faculdade, precisa, precisa, precisa....Sorte que, boa aquariana que sou, nunca dei ouvidos à ninguém, nem mesmo a minha mãe.

E falando em mãe, como ela sofreu coitada. Mas sempre entendi ela, pois o medo da história dela se repetir em mim, era tão grande, que ela queria desenhar o meu futuro. Ela sempre achou que errou na vida. Ela sim queria ter um emprego estável, nossa vida não foi muito fácil, e entendo que um emprego estável teria feito nossa vida melhor e por consequência ela teria sofrido menos. Ela trabalhou muito duro pra termos o pouco que tínhamos. Mas quando criança, não entendemos muito bem, se o que temos é pouco ou muito, só nos basta o amor. E ela se cobrava demais, cobrava por não me dar o que ela achava que tinha que me dá, se cobrava por querer ter uma vida, se cobrava por não me dar atenção, se cobrava....como toda mulher faz, como a sociedade impõe à toda mulher. Mas o que as mães não entendem, que elas nos dão tudo que precisamos: a sua presença. 

A criança não se importa com o salário dos pais, qual carro eles tem, se moramos numa mansão (não estou romantizando a pobreza, estou falando de sentimentos), só nos importa o tempo que eles nos dedicam, as brincadeiras que fazemos, os passeios, isso fica na nossa memória, só isso que nos lembramos e guardamos no coração. 

E voltando à minha mãe, ela demorou à entender que cada ser tem um estilo de vida, que cada ser é único e tem as suas próprias escolhas, e acredito que hoje, ela sofra menos com minhas escolhas. Ela demorou à aceitar meu estilo de vida, que ela não teria uma filha seguindo carreira numa multinacional (até tentei), que ela não teria uma filha comprando uma casa (em 360 meses 😂), comprando um carro (esse em 36x apenas 😥), mas ela teria uma filha feliz. e acredito que no final, isso que deveria importar: a felicidade dos filhos. Independente do caminho que eles escolham seguir, desde que sejam felizes, os pais também deveriam estar felizes.

Imagina o tanto de gente feliz que teríamos nas ruas se os filhos pudessem se libertar das expectativas dos pais? 

Enfim, esse post era sobre mudança e virou uma conversa sobre minha mãe, nossos pais e as expectativas que eles mesmos colocam em nós e eles mesmos se decepcionam quando não atendemos elas 💁

Até semana que vem 💫

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